quinta-feira, 13 de abril de 2017

CAINDO DE PODRE...




À FRENTE de um governo com oito ministros investigados por corrupção e acusado pela Odebrecht de presidir uma reunião em que se acertou uma propina de R$ 126 milhões para o PMDB, Michel Temer é aprovado por apenas 5% dos brasileiros.
É o que aponta pesquisa CUT/Vox Populi, divulgada nesta quinta-feira.
O levantamento também apontou que nada menos que 93% dos brasileiros são contra o desmonte da Previdência – uma reforma que vem sendo conduzida por Eliseu Padilha, braço direito de Temer, e também um dos mais envolvidos na arrecadação de propinas.
Nenhuma medida do Temer visou crescimento econômico, geração de emprego e renda, ou combate à fome e a miséria. Ele só propõe desmonte: da aposentadoria, da CLT, dos direitos trabalhistas e venda do patrimônio público.

sábado, 16 de maio de 2015

ENTREVISTA COM TOLSTOI: "Shakespeare é uma farsa!"


AOS 75 ANOS, depois de ter construído uma pirâmide literária com obras como Guerra e Paz e Ana Karênina, Tolstoi tentou destruir a reputação de ninguém menos que Shakespeare. Produziu um ensaio sensacional em que aponta defeitos indesmentíveis do Bardo, mas, como a história mostrou, a artilharia pesada tolstoiana não atrapalhou a glória de Shakespeare. Pela tentativa épica de reescrever a história da literatura, decidimos chamar o Conde Tolstoi para falar de Shakespeare em nossa série Conversas com Escritores Mortos.

Conde Tolstói, o que o senhor sentiu ao ler, pela primeira vez, Shakespeare?

Lembro da perplexidade que me assaltou. Esperava receber um sopro poderoso de prazer estético, mas tendo lido um a um os trabalhos considerados os melhores (Romeu e Julieta, Hamlet, Rei Lear e Macbeth) não apenas não senti deleite como foi tomado por um sentimento de repulsão e tédio.
Não teria sido uma impressão inicial, Conde?

Por algum tempo não consegui acreditar em mim mesmo, e durante 50 anos recomecei a ler Shakespeare de todas as formas possíveis, em russo, em inglês, em alemão… Numerosas vezes li os dramas, as comédias e as peças históricas, e sempre senti a mesma coisa: desgosto, irritação, raiva.

Conde, isso é uma blasfêmia literária, se o senhor me dá licença para ser franco.
Tenho hoje a convicção de que a glória indiscutível da qual Shakespeare desfruta, e que compete escritores atuais a imitá-lo e leitores e espectadores a descobrir nele virtudes não existentes, é um grande mal, como todas as mentiras.
O senhor está, portanto, dizendo que o Bardo é um blefe…

Para mim, Shakespeare não é nem um grande gênio e nem sequer um autor mediano.
Prove, se puder!

Para ilustrar meu ponto, vou me deter em um dos dramas mais elogiados de Shakespeare, alvo de referências entusiasmadas da maior parte dos críticos, o Rei Lear.
Refresque por favor nossa memória, Conde…

O Rei Lear está acompanhado das filhas e dos genros, e começa a falar que, devido à idade avançada, decidiu se retirar. Vai dividir seu reino entre as filhas. Para definir o tamanho do que vai dar a cada uma, ele anuncia que aquela que disser que o ama vai receber mais.
Hmmm…
A filha mais velha, Goneril, afirma que meras palavras não podem expressar o tamanho de seu amor, que ama seu pai mais que a visão, o espaço e a liberdade. O Rei imediatamente mostra a ela em um mapa sua fatia de terras, rios etc. Depois faz a mesma pergunta à segunda filha, Regan. Ela diz que a irmã expressara o que ela sentia, apenas com menos força. Ela, Regan, o ama tanto que nada mais interessa. O pai a recompensa imediatamente. E então é a vez de sua favorita, a mais nova, Cordélia.
Hmmm…

Cordélia, que personifica todas as virtudes enquanto as irmãs simbolizam os vícios, afirma, como se estivesse querendo incomodar o pai, que o ama, mas que quando casar vai amar também o marido. Ao ouvir isso, o rei perde o controle e amaldiçoa a filha predileta.
O senhor entende que isso não faz sentido?

Não vou nem falar no linguajar pomposo do Rei Lear, o mesmo de todos os personagens de Shakespeare. O leitor, ou espectador, não pode compreender por que, ainda que velho e estúpido, o rei vai acreditar nas palavras das suas filhas falsas, com as quais certamente conviveu toda a vida, e vai duvidar do amor de sua filha favorita a ponto de bani-la. Por isso mesmo, o leitor ou espectador não consegue compartilhar os sentimentos das pessoas envolvidas na cena.

A linguagem dos personagens do Bardo é falsa, então?
Falta a Shakespeare o meio mais importante, se não o único, de caracterizar os personagens – a individualidade, ou seja, um estilo de prosa adequado a cada um deles, personagens. Não existe isso nele. Todos os personagens falam não sua linguagem, mas o idioma shakespeariano, pomposo, nada natural, e no qual não eles não se expressariam mas nenhum ser vivente.
O senhor tem consciência de que seria guilhotinado na Inglaterra se dissesse lá estas coisas, não tem?

Aqueles que estão apaixonados, aqueles que estão se preparando para morrer, aqueles que estão lutando, aqueles que estão morrendo, todos eles falam de coisas profundamente inadequadas para a ocasião.
De onde vem então a fama do Bardo?

No começo do século XIX, quando Goethe ditava o pensamento filosófico e as leis estéticas, uma série de circunstâncias casuais o fizeram elogiar Shakespeare. Os críticos copiaram Goethe e começaram a escrever idiotices elogiosas, e a Europa foi se tornando fanática por Shakespeare.
Hmmm…

Entendo que, quanto mais rápido nos livrarmos da glorificação equivocada de Shakespeare, melhor para a literatura.

sábado, 9 de maio de 2015

► "VOCÊ ainda não viu nada sobre a maldade"...

A DAMA DE SHANGAI
Título Original: The Lady from Shanghai
País: Estados Unidos
Ano: 1947
Direção: Orson Welles
Duração: 87 min.
Elenco: Orson Welles, Rita Hayworth, Everett Sloane, Tim Holt, Erskine Sanford, Glenn Anders, Ted de Corsia, Gus Schilling, Carl Frank, Louis Merrill, Evelyn Ellis. 
Sinopse:
Um homem se envolve em uma trama criminosa ao ser contratado para trabalhar no iate do marido de uma sedutora mulher.
COM ESTE simples fio de história, Orson Welles construiu mais um de seus grandes filmes, um exercício de cinema autoral único, em que o seu gênio criativo mais uma vez se impõe em prol de uma narrativa densa, com um tratamento visual impressionante.

Um filme onde as aparências são simples reflexos em espelhos

Orson Welles sempre é descrito, e merecidamente, como inimitável”, disse François Truffaut. É um dos nomes mais conhecidos e respeitados dentre os diretores de cinema, seja pela fama do seu primeiro trabalho, “Cidadão Kane”, seja por ter realizado uma das filmografias mais geniais do século XX. Orson Welles escreveu, dirigiu e estrelou mais esta obra-prima de sua carreira e do cinema noir. “A Dama de Shanghai” é o seu quinto filme, e surgiu de uma necessidade financeira do diretor para a produção de uma peça teatral. O ponto de partida foi uma conversa telefônica entre Welles e Harry Cohn, chefão da Columbia, que o pressionava por um novo filme. Ao olhar em volta, o cineasta deu com o título de um livro numa banca – “A Dama de Shangai”, um romance de Sherwood  King. O estúdio comprou os direitos, mas quando o leu, Welles descobriu que era péssimo, mas manteve o ótimo título, escrevendo uma nova história.
























Na época casado com o "furacão" Rita Hayworth, o filme ajudou a construir ainda mais os mitos envolvendo os dois, a união festejada entre a beleza e a sabedoria, que se traduz em imagens deslumbrantes, como um jogo de sombras e luzes compondo um quebra-cabeças visual que resume toda a obra desse genial arquiteto da narrativa cinematográfica.
O cinema noir foi muito mais um estilo visual do que um gênero cinematográfico. Este estilo é marcado por cores escuras e alto contraste, influenciado diretamente pelo cinema expressionista alemão. As narrativas sempre inteligentes e inspiradas em romances policiais, eram permeadas de paranóia, desconfiança, cinismo e niilismo. “A Dama de Shangai” é, portanto, um filme noir por excelência, onde Rita Hayworth chocou o público aparecendo de cabelos curtos e louros platinados. Ela interpreta Elsa ‘Rosalie’ Bannister, a típíca femme fatale que conquista o marinheiro Michael O’Hara, interpretado pelo próprio Orson Welles, um personagem que é envolvido inocentemente em uma perigosa trama de intriga e crime.

A fotografia deste filme é fantástica, luzes e sombras são muito exploradas e o jogo de câmeras contribui para o desenvolvimento da trama, onde os acontecimentos se tornam cada vez mais intricados e labirínticos. No filme ninguém é o que parece, identidades e intenções são reveladas e confundidas conforme o desenrolar da história. Uma trama que indica mudanças, não apenas no aspecto narrativo, mas também na própria maneira de fazer filmes. É um filme transitório, apresentando ainda elementos do cinema clássico, porém com aspectos daquele que viria a ser o cinema moderno, provando que Welles era, de fato, um cineasta a frente de seu tempo.

AO LONGO de sua carreira Welles realizou mais de vinte filmes, dentre eles outras grandes obras, como “Soberba” (1942), “A Marca da Maldade” (1958) e “O Processo” (1962). Porém, mesmo festejado como o autor daquele que é considerado o melhor filme de todos os tempos – “Cidadão Kane” – ele não conseguiu realizar nenhum grande sucesso de público. Welles morreu aos 70 anos, de ataque cardíaco.


IMDb: 


Trailer 





terça-feira, 28 de abril de 2015

ZECA BALEIRO – O mundo precisa dos pobres...


O EX-COMUNISTA: “São os pobres que fazem a roda do capital girar. Onde há pobreza há desejo. Onde há desejo há consumo!”.

– O mundo precisa dos pobres. Demorei a en­ten­der isso, mas agora sei: o mundo sem pobres é inconcebível. Aquela frase dita assim, de chofre, no meio de uma conversa informal, me chocou, confesso.
– Por muito tempo algumas pessoas lutaram pelo fim da pobreza. Eu próprio fui um deles. Mas agora entendo que a pobreza é necessária ao equilíbrio do planeta – ele continuou.
– Equilíbrio? Como assim?
– Imagine um mundo só de ricos... Um mundo em que ninguém precise de nada, que seja autossuficiente e abastado...
– Hmmm...
– Viu? Você nem consegue imaginar, porque é mesmo impossível. São esses pobres que sustentam o capitalismo, não os ricos. São os pobres que fazem a roda do capital girar. Onde há pobreza há desejo. Onde há desejo há consumo. Se as pessoas consomem, a rede da economia gira, entende?

Eu permanecia mudo. Embora reconhecesse que havia algo de tecnicamente correto naquele raciocínio, sua fala me soava demasiadamente cínica. Prosseguiu em sua teoria.
– Quem são os maiores vendedores de discos?
– Os artistas populares, imagino – falei.
– Pois é, artistas populares, aqueles que são ouvidos pelos pobres, certo?
– Acho que sim.
– Quais as lojas com maior receita? As lojas que vendem artigos populares, certo?
– Acho que sim também, não sei...
– Eu sei, vai por mim. Melhor ter um boteco em Pirituba do que uma loja de chapéus de grife no shopping Iguatemi. O custo/benefício é mais vantajoso.
– Nunca parei pra pensar nisso.
– Rico não consome porque tem um desejo genuíno ou uma necessidade vital. Rico consome pelo glamour, porque quer ser visto com o barco, o carro novo, a casa projetada pelo arquiteto hype... Pobre não. Pobre faz seu “puxadinho”, ergue sua laje e fica feliz da vida, porque ainda que se orgulhe em mostrar pro vizinho, não o fez só por isso. Fez porque tinha a real necessidade daquilo. E quem precisa fazer faz. Quem precisa comprar compra.

– Mas o capital está nas mãos dos ricos.
– Sim, mas foi ganho à custa de pobres, não de outros ricos.
– Sim, mas há serviços que pobres não consomem, apenas ricos.
– Sim, há. Mas nenhuma fortuna é erguida sem a participação dos pobres.
– Como assim?
– Tá vendo aquele condomínio de luxo? Imagina quantos pobres trabalharam para erguê-lo? E quantos outros agora trabalham para mantê-lo funcionando?
– Não sei.
– Muitos, acredite. Tá vendo aquele shopping acolá? Entre e faça uma enquete. Aposto que há mais pobres ­circulando por lá do que ricos.
– Mas...
– Acredite no que tô falando. Dinheiro para o rico é esporte. Para o pobre é paixão.

ISTOÉ

segunda-feira, 27 de abril de 2015

DISNEY, um delator a serviço do FBI


Por Aymar du Chatenet

Em plena Segunda Guerra Mundial, Walt Disney desembarcou no Brasil para colaborar com a “política da boa vizinhança”. À época, o governo Getúlio Vargas flertava com o Eixo, em detrimento dos Aliados, e os Estados Unidos adotaram uma campanha para ampliar sua influência política, econômica e cultural no país. Entre as iniciativas para aproximar as duas nações, estavam o impulso à carreira de Carmem Miranda e a viagem de 15 dias de Disney ao Rio de Janeiro. A missão do artista, instruído cuidadosamente por Nelson Rockefeller, diretor da influente Secretaria para Assuntos Interamericanos, era ganhar a simpatia dos brasileiros e o resultado foi a criação de Zé Carioca. O papagaio estreou no filme Alô, amigos de 1942, em que ciceroneava o Pato Donald pelo país. A passagem pela América Latina ainda rendou outros dois personagens: o Gauchinho Voador, representante da Argentina, e o galo mexicano Panchito. Todos se tornaram bons amigos de Donald, simbolizando o que deveria ser a relação com os americanos.


O artista denunciou seus funcionários e perseguiu celebridades com o apoio do Senado americano.


A atuação de Disney como informante do FBI, o Federal Bureau of Investigation, foi divulgada inicialmente pelo escritor Marc Eliot em O príncipe sombrio de Hollywood (Ed. Marco Zero). A biografia, classificada como “não autorizada” pela imprensa americana, traz uma análise de 470 páginas de informações produzidas pelo próprio órgão estatal. Para acessar o dossiê, Eliot recorreu ao Freedom of Information Act, um dispositivo legal que autoriza qualquer cidadão americano a ter acesso aos arquivos de uma administração. O material não está completo: faltam 100 páginas e muitas das recebidas pelo autor foram escurecidas, para garantir o anonimato de informantes ou de pessoas colocadas sob suspeita por Disney.

Segundo os dados obtidos, a parceria começou em 1940, quando o artista tinha 39 anos. Nessa época, o poderoso e temido chefe do FBI, John Edgar Hoover, colecionador inveterado de segredos de alcova, assuntos de família e fofocas de todo tipo, se propôs a ajudar Disney na busca por sua árvore genealógica. O assunto era um tormento para o animador desde a adolescência, quando descobriu que não possuía certidão de nascimento. Acreditando ser adotado, ele fez inúmeras pesquisas para encontrar suas origens, todas sem resultado. A oferta do FBI era uma ótima oportunidade para finalmente atingir seu objetivo. Em troca do esforço dos agentes, Disney tornou-se informante e manteve uma relação quase filial com Hoover.
O acordo, imediatamente colocado em prática, levou dois investigadores americanos à cidade de Mojacar, na Espanha, em busca do atestado de nascimento. Eles encontraram o registro de uma criança, nascida por volta de 1890, cuja mãe teria sido Isabel Zamora Ascencio.


Disney e Charles Chaplin, vítima célebre da caça as bruxas empreendida no macarthismo

O pai, um notável chamado José Guirao, era casado com outra mulher e não assumiu a relação com a amante. Após sua morte, a señorita Zamora teria embarcado para a América e Disney seria, na verdade, o pequeno José, nome de batismo do bebê espanhol. Pura especulação, as informações foram habilmente utilizadas por Hoover para manter estreitos laços com o cineasta.



sábado, 18 de abril de 2015

Easy Rider...Sem Destino


Peter Fonda "Wyatt"
Sem Destino (Easy Rider) é um Road Movie americano de 1969, escrito por Peter Fonda, Dennis Hopper e Terry Southern, produzido por Fonda e dirigido por Hopper.
Conta a história de dois motociclistas que viajam através do sul e sudoeste dos Estados Unidos, com o objectivo de alcançar a liberdade pessoal. O sucesso de Easy Rider ajudou a avivar a fase New Hollywood do cinema norte-americano durante a década de 1960.
Um marco na filmografia de contracultura, e a "pedra-de-toque" de uma geração" que "capturou a imaginação nacional", Easy Rider explora as paisagens sociais, assuntos e tensões na América da década de 1960, tal como a ascensão e queda do movimento hippie, o uso de drogas e estilo de vida comunal.
Os protagonistas são dois motociclistas, Wyatt ou 'Capitão América' (Fonda) e Billy (Hopper). Fonda e Hopper disseram que os nomes referem-se a Wyatt Earp e Billy the Kid. Wyatt veste-se de cabedal adornado com a bandeira americana, enquanto Billy se veste com calças e camisa ao estilo dos nativos americanos.

Depois de contrabandearem drogas do México para Los Angeles, Wyat e Billy vendem a mercadoria para um homem em umRolls-Royce. Com o dinheiro da venda armazenado em mangueiras dentro dos tanques de gasolina, eles vão rumo a Leste na tentativa de chegar em Nova Orleans, na Luisiana, em tempo para o Mardi Gras.
A gênese para o filme Sem Destino começou com uma fotografia. Peter Fonda conta: "Eu me lembro o dia em que apareci com a idéia para Sem Destino, 27 de setembro de 1967. Estava olhando uma fotografia minha e de Bruce Dern em frente a uma motocicleta. Nós parecíamos grandes, numa imagem 18x24, em contra-luz, de forma que ninguém poderia dizer que éramos nós. E isso me deu um estalo, para fazer este filme".

Fonda chamou seu amigo Dennis Hopper e disse a ele sua idéia de dois jovens experimentando a "liberdade total" enquanto cruzavam o país de motocicleta. Hopper, no cinema desde Juventude Transviada (1955), estava pensando em abandonar a profissão de ator para se tornar professor de teatro. Fonda mudou a cabeça de Hopper, oferecendo-lhe a oportunidade de dirigir o filme.
Para financiar o projeto, Hopper pediu a seu amigo Jack Nicholson para apresentá-lo a Bert Schneider, um dos sócios da BBS Productions, uma companhia independente que lançava seus projetos pela Columbia Pictures. A BBS concordou em colocar 400 mil dólares para fazer Sem Destino.
A produção começou com locações em Nova Orleans, em 23 de fevereiro de 1968. Juntando-se a Hopper e Fonda estavam Karen Black e a futura coreógrafa e cantora Toni Basil. Apesar de Rip Torn ter sido originalmente escolhido para fazer o papel do advogado alcoólatra George Hanson, ele acabou deixando a produção antes do início das filmagens. Jack Nicholson - que a BBS havia enviado a Nova Orleans no cargo de produtor executivo - concordou em fazer o papel. Sua atuação o transformou num astro.

Trailer do lendário Easy Rider

Fonte: IMDB - Sites sobre o filme e os atores
Caricaturas: João de Deus Netto 

TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE...



por Marden Machado

Se formos analisar a trajetória do cinema americano ao longo do século XX, poderíamos classificar os filmes produzidos na década de 1970 como os mais engajados politicamente. Todos os Homens do Presidente, dirigido em 1976 por Alan J. Pakula,é um excelente exemplo deste período. Filme obrigatório em todos os cursos de Jornalismo, a trama foi adaptada por William Goldman, a partir do livro escrito pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal Washington Post. Tudo começa com um aparente roubo no edifício Watergate. Os "ladrões" são presos em flagrante e descobre-se uma ligação com o gabinete de Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos. 
Os dois repórteres, o pouco experiente Woodward (Robert Redford) e o veterano Bernstein (Dustin Hoffman), iniciam uma investigação e esbarram em histórias desencontradas e uma forte censura. Surge então duas figuras importantes: o editor do jornal, Ben Bradlee (Jason Robards) e uma figura misteriosa denominada Garganta Profunda (Hal Holbrook). As reportagens escritas pela dupla revelaram um esquema de escuta clandestina no comitê do Partido Democrático e terminou por provocar a renúncia de Nixon. Em Todos os Homens do Presidente tudo funciona a favor da história: roteiro, direção, elenco e equipe técnica, enfim, toda a produção. O filme consegue tratar um assunto em princípio árido, e até distante de nós, com uma fluidez tão bem orquestrada, que nos envolve completamente. Indicado a oito Oscar, ganhou quatro: melhor ator coadjuvante (Jason Robards), roteiro adaptado, direção de arte e som. Recomendado para estudantes de Jornalismo e para quem vê o cinema como algo além de um simples entretenimento.
O editor do jornal, Ben Bradlee (Jason Robards/Oscar).

TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE (All the President's Men - EUA 1976). Direção: Alan J. Pakula. Elenco: Dustin Hoffman, Robert Redford, Jack Warden, Martin Balsam, Hal Holbrook, Jason Robards, Jane Alexander, Meredith Baxter, Ned Beatty, Stephen Collins e F. Murray Abraham. Duração: 138 minutos. Distribuição: Warner.
Assista o trailer do cultuado filme:


sábado, 11 de abril de 2015

GRANDES ENCONTROS que poderiam terminar nada bem...



PARA dar exemplo construtivo, eis alguns dos encontros mais assombrosos e desconcertantes que a história registrou, entre personalidades aparentemente tão antagônicas quanto Tom e Jerry. Por exemplo, entre o então homem forte da então União Soviética, Nikita Kruschev, e a então diva Marilyn Monroe. Em agosto de 1959, tentando debelar a escalada da crise sobre o destino de Berlim, o presidente norte-americano Eisenhower convidou o premiê Kruschev para uma visita aos Estados Unidos. Era o auge da Guerra Fria, e nunca um dirigente da URSS havia posto os pés ali.
O programa incluía uma passadinha pelos estúdios da 20th Century Fox, para um banquete com uma constelação: ­Judy ­Garland, Gary Cooper, Kim Novak, Ginger Rogers, ­Kirk ­Douglas, Frank Sinatra e Tony Curtis, entre centenas de ­astros. 

Os homens de terno escuro e as mulheres de vestido de gala e joias cintilantes. Uma plêiade tão galática que Henry Fonda­ ironizou: “Esta é a coisa mais próxima do maior funeral de Hollywood que já compareci na minha vida”. Logo que chegou, o líder comunista foi apresentado a Marilyn. A deusa usava um tomara que caia tão justo que parecia pintado no corpo. Marilyn começou por proferir uma frase que sua amiga ­Natalie Wood – fluente em russo – a tinha ensinado: “Nós, trabalhadores da 20th Century Fox, nos congratulamos por sua visita ao nosso estúdio e ao nosso país”.
Se Kruchev ficou embasbacado, a atriz não se mostrou impressionada: “Ele me olhou da maneira que os homens olham para uma mulher”. O soviético pegou a mão dela e ronronou: “Você é uma jovem adorável”. Mais tarde, Marilyn contou à sua empregada: “Ele era gordo, feio e com verrugas. Apertou minha mão com tanta força e por tanto tempo que achei que fosse quebrá-la. Bom, antes isso do que ser obrigada a beijá-lo”.
O então marido de MM, o dramaturgo Arthur Miller, foi “encorajado” a ficar em casa, pois era um esquerdista de carteirinha (investigado pelo Senado, dentro da paranoica campanha do senador republicano Joseph McCarthy). Mas com sua mulher eram outros quinhentos. No começo, Marilyn, que nunca lia jornais nem ouvia noticiários, teve de ser instruída sobre quem era aquele russo baixinho e gordinho. Mas o estúdio insistiu. Na Rússia, a América significava duas coisas: Coca-Cola e Marilyn Monroe. Ela adorou ouvir isso.


O presidente da Fox, Spyros Skouras, foi buscar pessoalmente a atriz, cujos atrasos eram lendários. Quando entraram antecipadamente no estacionamento ainda vazio, ela exclamou, mortificada: “Tarde demais! Já acabou!” Pelo contrário: foi a primeira e última vez em sua vida que Marilyn chegou cedo. A protagonista de Quanto Mais Quente Melhor (1959) se sentou a uma mesa com Henry Fonda (com um fone de ouvido para não perder a final do campeonato de beisebol) de um lado e do outro Debbie Reynolds (com cara de tacho, pois na mesa mais próxima arrulhavam seu ex-marido Eddie Fischer com a nova mulher dele, Elizabeth Taylor, até ontem a melhor amiga de Debbie). Quando a loura voltou para casa, Arthur Miller perguntou o que achara do convidado de honra. A divindade fez aquele biquinho radioativo e murmurou: “Ah, acho que na Rússia eles não fazem muito sexo...”



quinta-feira, 2 de abril de 2015

Perdi a chance de comprar livros das mãos de Plínio Marcos...



Por FERNANDO DO VALLE
"Eu nunca fui um escritor profissional. Morreria de fome se fosse viver dos meus livros. Teria de acabar fazendo milhares de concessões. Mas camelô, ah!, isso eu sou bom; vendo meus livros, dou autógrafos e prometo morrer logo para valorizá-los" (Plínio Marcos)
No comecinho dos anos 90, encontrei algumas vezes um barrigudo barbado vendendo seus livros em frente aos teatros do Bixiga. Intrigado e com vontade de conversar com o camelô literário de boina, me arrependo de ter ficado na minha. Naquela época, confesso que sabia pouco sobre ele. Algum tempo depois de perder a chance de comprar os livros de Plínio Marcos de suas mãos, fui caçando suas peças teatrais em sebos e, em catarse, me transportava de meu mundo classe média para a fodida realidade dos excluídos, maltrapilhos e presos.
Plínio não vendeu somente seus livros, para sobreviver, fez grana em troca de cigarro americano sem selo, maconha e bugigangas estrangeiras arranjadas pelos contrabandistas de Santos, sua cidade natal. Era o que dava para fazer para superar tempos que “estava duro como côco”, segundo o próprio contou em entrevista à revista Realidade em 1968.
Nascido em Santos e filho de uma dona de casa e um bancário, Plínio Marcos foi estivador, tentou a sorte como jogador de futebol no juvenil da Portuguesa Santista e arrancou risadas como o palhaço Frajola no circo. Plínio Marcos cursou apenas o primário e teve 4 irmãos e uma irmã.
15 anos sem plinio marcos
A primeira peça teatral escrita por ele foi Barrela, em 1958, baseada em uma história real de um conhecido preso e violentado por vários outros detentos. Quando libertado, o amigo que virou personagem perseguiu e matou um por um de seus algozes. Ele nomeou a peça de barrela (gíria de ‘curra’).
“Sou o analfabeto mais premiado do País, no momento. Aliás, quando querem me ofender me chamam de analfabeto, quando querem me badalar dizem que sou gênio. O que sou mesmo é um cara de sorte. Tenho boa estrela e sei me virar. Aceito a regra do jogo na porcaria da vida. Ninguém me passa pra trás e se bobearem passo na frente dos outros, sou malandro, no duro” (em entrevista à revista Realidade, em 1968).

Plínio escrevia rápido. Uma de suas peças mais conhecidas, “Dois Perdidos em uma Noite Suja”, foi escrita em 24 horas. Na época, Plínio trabalhava como técnico da TV TUPI e com a ajuda de amigos conseguiu montar em 1966 na Galeria Metrópole, em São Paulo, considerada a primeira montagem profissional de um texto de sua autoria.
A peça Navalha da Carne (escrita em 4 dias) enfrentou problemas com a censura do regime militar. A classe teatral se mobilizou pela liberação da montagem, que consegue estrear em 1967. A atriz Cacilda Becker reunia artistas e intelectuais em seu duplex na Paulista e foi ali que nasceu a luta contra a censura da peça.
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Plínio Marcos com a atriz Tônia Carrero (fonte: site oficial de Plínio Marcos)
No Rio de Janeiro, militares foram enviados pelo governo ao Teatro Opinião para impedir a apresentação. A atriz Tônia Carrero ofereceu uma casa vazia de sua propriedade no morro de Santa Teresa para o espetáculo, que lotou. Com seu prestígio, Tônia conseguiu liberar a peça e passou a atuar na montagem que passou a ser dirigida por Fauzi Arap.
A partir daí, o trabalho de Plínio passou a ser visado pela censura e enfrentou problemas seguidos para ser liberado. Em 1968, ele foi preso em 1968 e liberado por influência de Cassiano Gabus Mendes, diretor da TV Tupi à época. Em 1969, é novamente preso, agora em Santos e depois transferido para o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) em São Paulo. Foi libertado sob a tutela da atriz Maria Della Costa.
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Plínio Marcos com o músico Adoniran Barbosa (fonte: site oficial de Plínio Marcos)
Plínio também atuou na imprensa. Foi cronista do jornal Última Hora, repórter da revista Realidade e colunista da Revista Caros Amigos, entre outras colaborações. Em 1996, o jornalista Ricardo Kotscho, diretor da rede CNT de televisão, o convidou para tecer comentários no telejornal. Segundo Plínio, sua demissão foi motivada às críticas ao ministro das comunicações Sérgio Motta, que fez ilações sobre a sexualidade da candidata à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina.
Em 1985, Plínio tinha lançado o texto Madame Blavatsky, sobre a teóloga e mística ucraniana Helena Blavatsky e escreveu no programa da peça:
 “Não acredito em Deus. Acredito em tudo o que os cristãos dizem significar Deus: amor, verdade, justiça, liberdade. Os Evangelhos eu li. Bacana. Mas acho também que só a minoria dos cristãos e dos padres são bacanas como Jesus Cristo. Mas o problema é deles. Deus não vê tudo? Se acreditam nele, então que se cuidem” (em entrevista à revista Realidade, em 1968).

quinta-feira, 26 de março de 2015

LEILA Diniz, 70 anos...


por Mara L. Baraúna

Leila Diniz (Niterói, 25 de março de 1945 — Nova Délhi, Índia, 14 de junho de 1972)
LEILA Roque DINIZ era filha de Newton e Ernestina. O pai, Newton Diniz, maranhense, foi transferido para trabalhar no Banco do Brasil em Vitória, ES, quando conheceu Ernestina Roque, professora de Educação Física. Apaixonaram-se e logo Ernestina engravidou. Para fugirem dos comentários acerca da gravidez, Newton conseguiu nova transferência para o Rio de Janeiro e foram morar de favor com seus pais em Cavalcanti, subúrbio carioca. Ali nasceram Elio e Eli. 
A primeira casa de Diniz e Ernestina foi em Icaraí, Niterói, onde nasceu Leila. Leila era um bebê de sete meses quando Ernestina e Newton se separaram. A mãe entrou em depressão, ficou tuberculosa e foi internada num sanatório em Correias, na serra fluminense. Elio e Eli foram para um colégio interno e Leila, para a casa dos avós.
Quando Leila estava com 2 anos, o pai passa a morar com Isaura, professora, em Copacabana. Somente aos 10 anos Leila tomou conhecimento de que não era filha de Isaura. Leila viveu um período difícil de aceitação, e aos 14 saiu de casa pela primeira vez. "A minha mãe de nascimento, a chamada puta que me pariu, mora em Santa Teresa. Eu fui criada por outra, minha madrasta, muito bacana também, eu gosto muito dela", declarou Leila, já famosa, a um programa da TV Manchete. 
Ernestina ficou três anos esquecida no sanatório e quando se restabeleceu foi morar em Santa Teresa. Os dois filhos mais velhos, atormentados por problemas com a autoritária e explosiva madrasta, vão se juntar à mãe, que se tornara uma beata a rezar o dia inteiro. Leila saiu novamente de casa aos 15, morou alguns meses com a mãe verdadeira, Ernestina, e cerca de dois anos na casa de sua tia Lucy. 
A personalidade que começava a se manifestar em Leila tinha muito da postura do pai Newton, um gosto pela leitura, pelo carnaval, pelo Flamengo e pela música popular.
Leila começou a trabalhar aos 15 anos, como professora do maternal e jardim da infância, e tinha apenas 16 anos quando decidiu procurar um analista e iniciar a intensa busca por se entender.
Aos 17, já estava casada com Domingos de Oliveira, ator, teatrólogo, roteirista e diretor de teatro, televisão e cinema. Logo depois estava no elenco da peça infantil Em busca do tesouro, dirigida pelo marido. Em 1963, trabalhou como corista num show de Carlos Machado.

Em sua primeira e única experiência do chamado "teatro sério" teve a chance de contracenar com Cacilda Becker na peça O preço de um homem, de Steve Passeur, em novembro de 1964 no Teatro Mesbla, Rio, na qual fazia um pequeno papel ao lado de Cacilda, Adriano Reis e Rosita Thomaz Lopes.
Antes de estrelar Todas as mulheres do mundo, do ex-marido Domingos, ela já havia feito dois filmes: O Mundo alegre de Helô e Jogo perigoso. Todas as mulheres do mundo era um filme explicitamente sobre a relação dos dois, pelo qual Leila ganhou os elogios da crítica e do público, e recebeu o Prêmio Air France de melhor atriz do ano de 1967. 



Se vestiu de Carmen Miranda em Tem banana na banda, com  textos de Millôr Fenandes, Luiz Carlos Maciel, José Wilker e Oduvaldo Viana Filho.
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Em 1968, Leila participou do movimento de protesto contra a Censura, o que levou a classe artística brasileira à decretação de uma greve de 72 horas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Em 1969, em tempos de censura e repressão, recebeu os entrevistadores do Pasquim com uma toalha enrolada na cabeça e na famosa entrevista, ao dizer 70 palavrões, todos substituídos por asteriscos, a edição bateu recordes de vendas, 117 mil exemplares, e a fita gravada com sua entrevista foi parar em todos os cantos do país.  
Depois da entrevista, Leila teve de se esconder no banco de trás do carro do apresentador Flávio Cavalcanti, em cujo programa ela era jurada, porque a Polícia Federal tinha ido ao estúdio para procurá-la. Depois de alguns dias escondida na casa de Cavalcanti em Petrópolis, ela aceitou assinar um documento em que se comprometia a não falar mais palavrões em público.

Depois dessa publicação foi instaurada a censura prévia à imprensa e foi aprovado o Decreto 1077, conhecido como Decreto Leila Diniz. Entre 1965 a 1970 participou de 13 novelas e 15 filmes. No final do ano de 1970, Leila começou a namorar o cineasta moçambicano Ruy Guerra e a pensar seriamente que era chegada a hora de engravidar.  No Programa do Chacrinha foi eleita a Grávida do Ano. Sua filha, Janaina, realizou um velho sonho da atriz. Leila causou polêmica quando resolveu tirar fotos de biquíni na praia, aos quase nove meses de gestação. Naquela época, as mulheres quase nunca mostravam o corpo, ainda mais quando estavam grávidas. Ela foi alvo de todos, inclusive das feministas. Alegando razões morais, a TV Globo, do Rio de Janeiro, não renovou seu contrato. Foi dito que não haveria papel de prostituta nas próximas telenovelas da emissora.

Embarca para Sidney, na Austrália para acompanhar o Festival de Cinema, com o amigo de longa data Luis Carlos Lacerda, o Bigode. Pela primeira vez, deixa filha Janaína, de sete meses, aos cuidados do pai.
Leila recebe o prêmio de melhor atriz do festival e, em 13 de junho, envia um cartão postal para o Brasil: "Minha querida Janaina, hoje eu e meus amigos passeamos num lindo parque cheio de cangurus, coalas e outros bichinhos. Fiquei com uma vontade de ter você aqui comigo. Acho que daqui a dois anos nós vamos poder viajar juntas, conhecer os lugares mais lindos da Terra. Estou voltando logo, logo. Muitas saudades de você e do nosso querido Brasil. Beijo para você e para o seu paizão. Da mãe cangurua, Leila". 
Quando  voltava, Leila morreu prematuramente, aos 27 anos, num acidente aéreo, vôo JAL471, da Japan Airlines, no dia 14 de junho de 1972, no auge da fama.
Última anotação no diário de Leila:  "As saudades de Janaína são muitas. Será que estou sendo a mãe que ela merece? (...) Estamos chegando em Nova Délhi. Segundo anunciaram, a temperatura local é quase a do inferno. Quente paca. Agora está acontecendo uma coisa es ..." (Diário encontrado nos escombros do acidente aéreo). 
Por que Leila Diniz se transformou em símbolo de mulher revolucionária? Porque, em um momento de liberação feminina, foi Leila uma das mulheres mais marcantes da década de 60. Como disse Leila, em uma de suas Inúmeras entrevistas: "Meio  inconsciente, me tornei mito e ídolo, ou mulher símbolo da liberdade, pregadora-mór do amor livre. Muita gente não entende o que é isso. Só quero que o amor seja simples, honesto, sem os tabus e fantasias que as pessoas lhe dão".

Talvez nesta frase estejam algumas das peças deste puzzle inacabado: viver o amor e a sexualidade por inteiro, sem tabus e preconceitos, em uma completa entrega ao prazer de cada momento. Liberdade, prazer e alegria me parecem as categorias principais para caracterizar a vida e a personalidade de Leila Diniz. A construção do mito muito que se deve à contestação da mulher inquieta e libertária que ela foi. 
Como disse o poeta Carlos Drummond de Andrade diante da notícia do acidente aéreo, “Sem discurso nem requerimento, Leila Diniz soltou as mulheres de vinte anos presas ao tronco de uma especial escravidão.”



FILME “Todas as mulheres do mundo”


Jornal GGN 


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