domingo, 17 de janeiro de 2010

A SANTA MÁFIA - 2



Os tentáculos da seita no Brasil

Opus Dei fincou a sua primeira raiz em 1957, na cidade de Marília, no interior paulista, com a fundação de dois centros. Em 1961, dada à importância da filial, a seita deslocou o numerário espanhol Xavier Ayala, segundo na hierarquia. “Doutor Xavier, como gostava de ser chamado, embora fosse padre, pisou em solo brasileiro com a missão de fortalecer a ala conservadora da Igreja. Às vésperas do Concílio Vaticano II, o clero progressista da América Latina clamava pelo retorno às origens revolucionárias do cristianismo e à ‘opção pelos pobres’, fundamentos da Teologia da Libertação”, explica Marina Amaral na revista Caros Amigos. Ainda segundo seu relato, “aos poucos, o Opus Dei foi encontrando seus aliados na direita universitária... Entre os primeiros estavam dois jovens promissores: Ives Gandra Martins e Carlos Alberto Di Franco, o primeiro simpático ao monarquismo e candidato derrotado a deputado; o segundo, um secundarista do Colégio Rio Branco, dos rotarianos do Brasil. Ives começou a freqüentar as reuniões do Opus Dei em 1963; Di Franco ‘apitou’ (pediu para entrar) em 1965. Hoje, a organização diz ter no país pouco mais de três mil membros e cerca de quarenta centros, onde moram aproximadamente seiscentos numerários”.

Crescimento na ditadura

Durante a ditadura, a seita também concentrou sua atuação no meio jurídico, o que rende frutos até hoje. O promotor aposentado e ex-deputado Hélio Bicudo revela ter sido assediado duas vezes por juízes fiéis à organização. O expoente nesta fase foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, nomeado ministro do STF pelo ditador Garrastazu Médici em 1972, e tio do atual presidenciável. Até os anos 70, porém, o poder do Opus Dei era embrionário. Tinha quadros em posições importantes, mas sem atuação coordenada. Além disso, dividia com a Tradição, Família e Propriedade (TFP) as simpatias dos católicos de extrema direita. Seu crescimento dependeu da benção dos generais golpistas e dos vínculos com poderosas empresas. Ives Gandra e Di Franco viraram os seus “embaixadores”, relacionando-se com donos da mídia, políticos de direita, bispos e empresários. É desta fase a construção da sua estrutura de fachada – Colégio Catamarã (SP), Casa do Moinho (Cotia) e Editora Quadrante. Ela também criou uma ONG para arrecadar fundos: OSUC (Obras Sociais, Universitárias e Culturais). Esta recebe até hoje doações do Itaú, Bradesco, GM e Citigroup. Confrontado com esta denúncia, Lizandro Carmona, da OSUC, implorou à jornalista Marina Amaral: “Pelo amor de Deus, não vá escrever que empresas como o Itaú doam dinheiro ao Opus Dei”. Ofensiva recente na região Na fase recente, o Opus Dei está excitado, com planos ousados para conquistar maior poder político na América Latina. Em abril de 2002, a seita participou ativamente do frustrado golpe contra o presidente Hugo Chávez, na Venezuela. Um dos seus seguidores, José Rodrigues Iturbe, foi nomeado ministro das Relações Exteriores do fugaz governo golpista. A embaixada da Espanha, governada na época pelo neo-franquista Partido Popular (PP), de José Maria Aznar – cuja esposa é do Opus Dei –, deu guarita aos seus fiéis. Outro golpista ligado à seita, Gustavo Cisneiros, é megaempresário das telecomunicações no país. Em dezembro do ano passado, o Opus Dei assistiu a derrota do seu candidato, Joaquim Laví, ex-assessor do ditador Augusto Pinochet, à presidência do Chile. Já em maio deste ano, colheu uma nova derrota com a candidatura de Lourdes Flores, declarada numerária do partido Unidade Nacional. Em compensação, a seita comemorou a vitória do narco-terrorista Álvaro Uribe na Colômbia, que também dispôs de milhões de dólares do governo George Bush. Já no México, outro conhecido simpatizante do Opus Dei, Felipe Calderon, ex-executivo da Coca-Cola, venceu uma das eleições mais fraudulentas da história deste país.

11 comentários:

Elias disse...

Os tempos são outros, as trevas geradas por essa igreja do diabo foram dissipadas por Deus quando proporcionou ao homem a criação da internet e de outras invenções cujos criadores não podem mais serem mortos queimados vivos por essa máfia assassina.

Pedro Genro disse...

Neste caso, o diabo matou o satanás com cara de santinho.

Janaina disse...

O santinho João de Deus do Brasil e dos Generais, quando novo comia toda polaca que pintava no grupo de teatro dele. Até aí tudo bem. Só que a coisa continuou depois que ele virou padre. E depois que ele passou a simpatizar pelo nazismo, a prova é que ele botou pra fora depois que virou Papa, promovendo uma inquisição utilizando o jeitão coitadinho, santo e atleta, que o Collor de Mello (ou merda?) copiou.
Acordem povo de Deus, o verdadeiro.

Ismael disse...

Já reapararam como esses demõnios todos falam com a mesma macieza no tom de voz? A mesma coisa acontece com seus alunos nos tais seminários, ali mesmo já dá entender para o que estão sendo treinados, ou para pedófilo ou para homossexuais. De preferência para viados mesmos, pois aí não vão ter apetites por mulheres e por sequência, cairem na besteira de casarem, pois a igreja caótica não que padre casando pra não rapartir os bens dele com a esposa. O pior é que continuam agindo como se o povo não soubesse do que sempre aconteceu.

Guilherme de Souza disse...

Internet dissipou as trevas? Hah! A ilusão de estar informado ficou mais forte. Vocês leem um texto num blog qualquer e, só porque a matéria (um exemplo de jornalismo desprezível) enviesada desce a lenha na Direita. Não é prudente falar do que não se conhece. É claro que também é pedir demais que os internautas não se contentem um com a metade da história que é mais agradável à sua ideologia.
Um texto que se propusesse a mostrar a Obra como ela é e só mostrasse o lado positivo, humanitário, seria igualmente desprezível, porque o problema não está em criticar, mas em esconder argumentos 'do outro lado'.

Geórgia disse...

Mr Guido, saiam das cavernas, seus morcegos! Ou então, VÃO SE CATAR SEUS EMPESTEADOS PELA DOENÇA DA RAIVA, CHUPADORES DE SANGUE!!! CADEIA NESTAS DESGRAÇAS!

Guilherme de Souza disse...

'Raivosos', nós? Leia seu próprio comentário, Geórgia, e reflita. Depois venha me dizer quem é raivoso.

p.s.: eu NÂO sou membro da Obra. Tenho amigos lá e assisto meditações há cinco anos, mas não sou membro de fato

Herculano Morais disse...

Geórgia e qundo se expõem, negam que frequentam a esta bestialidade. Quem, de sã consciência, escuta este lixo religioso durante 5 anos e não é da mesma escória?

Guilherme de Souza disse...

Estou duvidando de sua capacidade de leitura, sr. Herculano: jamais neguei que frequento a Obra. E, por sinal, tenho muito mais propriedade para julgá-la do que você, que se limita a estar 'informado' por meio de jornalismo barato.
É claro que, se isso lhe basta, não tenho mais nada a dizer.

FORA SERRA! disse...

MR. MOOGLE,
E não é exatamente o que faz o "outro lado"? Me poupe!

Guilherme de Souza disse...

Desculpe, meu amigo Anti-Serra, mas não entendi a ressalva.

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