sábado, 18 de agosto de 2012

Dom Eugênio Sales - O CARDEAL DA DITADURA




O Tratamento que a mídia deu à morte do cardeal dom Eugenio Sales, ocorrida no dia 9 de julho deste 2012, com direito à pomba branca no velório, me fez lembrar o filme alemão “Uma cidade sem passado”, de 1990, dirigido por Michael Verhoven. Os dois casos são exemplos típicos de como o poder manipula as versões sobre a história, promove o esquecimento de fatos vergonhosos, inventa despudoradamente novas lembranças e usa a memória, assim construída, como um instrumento de controle e coerção.

Tem coisas que até Ele duvida. Tive a oportunidade de acompanhar a trajetória do cardeal Eugênio Sales, na qualidade de repórter da ASAPRESS, uma agência nacional de notícias arrendada pela CNBB em 1967. Também, cobri reuniões e assembleias da Conferência dos Bispos para os jornais do Rio – O Sol, O Paiz e Correio da Manhã, quando dom Eugênio era Arcebispo Primaz de Salvador. É a partir desse lugar que posso dar um modesto testemunho.

Os bispos que lutavam contra as arbitrariedades eram Helder Câmara, Waldir Calheiros, Cândido Padin, Paulo Evaristo Arns e alguns outros mais que foram vigiados e perseguidos. Mas não dom Eugênio, que jogava no time contrário. Um dos auxiliares de dom Helder, o padre Henrique, foi torturado até a morte em 1969, num crime que continua atravessado na garganta de todos nós e que esperamos seja esclarecido pela Comissão da Verdade. Padres e leigos foram presos e torturados, sem que escutássemos um pio de protesto de dom Eugênio, contrário à teologia da libertação e ao envolvimento da Igreja com os pobres.
CONTINUE COM A VERDADE SOBRE O SACERDOTE DA DITADURA E DOS BARÕES DA IMPRENSA.


DOM HÉLDER CÂMARA - O Pastor da Liberdade


Nascido em 07 de fevereiro de 1909, em Fortaleza, foi o décimo primeiro filho de treze irmãos e iniciou sua vida clériga aos 14 anos, quando passou a frequentar o Seminário da Prainha de São José e cursou filosofia e teologia. Ele passa a exercer o sacerdócio aos 22 anos, em 1931.



“QUANDO DOU COMIDA AOS POBRES, ME CHAMAM DE SANTO. QUANDO PERGUNTO PORQUE ELES SÃO POBRES, ME CHAMAM DE COMUNISTAS.”

DOM HÉLDER SOFREU DE TUDO DA SUA PRÓPRIA IGREJA E DOS GOVERNOS DA DITADURA PÓS 64 NO BRASIL - Em duas ocasiões, por exemplo, teve a sua residência metralhada por homens encapuzados; assessores seus foram presos; um padre foi torturado e morto; era comum a publicação de artigos na imprensa classificando-o de comunista e acusando-o de demagogo.
UM DURO GOlPE
O mais cruel episódio que atingiu Dom Hélder Câmara durante a ditadura militar brasileira aconteceu na madrugada entre 26 e 27 de maio de 1969, quando o padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto, secretário de Hélder, foi torturado até a morte no Recife. O crime, nunca esclarecido, teve o objetivo claramente político de tentar barrar, através da violência física, o arcebispo nas suas ações e pregações em defesa da liberdade.
E MAIS:
Em 1970, quando Dom Hélder teve o nome lembrado para o Prêmio Nobel da Paz, o governo brasileiro promoveu uma campanha internacional para derrubar a indicação.


A candidatura de Dom Hélder ao Nobel da Paz foi sugerida pelo episcopado alemão e pela Confederação Latino-Americana Sindical Cristã e, de acordo com a revista Veja, caiu depois que as autoridades governamentais brasileiras mandaram divulgar em vários países um falso dossiê acusando o arcebispo de pregar a violência. Na verdade, os militares estavam irritados com Dom Hélder porque, naquele mesmo ano, ele havia denunciado, durante uma conferência em Paris, a prática de tortura a presos políticos no Brasil.

OS OPOSITORES

Índice onomástico dos CRÍTICOS e ACUSADORES de Dom Hélder ou pessoas envolvidas em atritos com a Igreja liderada pelo arcebispo, segundo o noticiário da imprensa. Para facilitar as pesquisas, o número de cada verbete vem acompanhado do ano em que o episódio ocorreu – NA LETRA “S” VOCÊ ENCONTRARÁ UM PERSONAGEM QUE FOI MUITO FALADO NESTE ÚLTIMO MÊS DE JULHO. 

LEIA MAIS AQUI SOBRE O PASTOR DA LIBERDADE


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