sábado, 5 de novembro de 2011

ENTENDA AS REVOLTAS ÁRABES - Israel X Irã

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O historiador, jornalista e ativista Tariq Ali, membro do Conselho Editorial de Sin Permiso, falou com Firas Khatib para a revista al-Akhbar sobre os desafios que enfrentam as Revoltas Árabes, o futuro da política dos EUA no Oriente Médio depois da “retirada de tropas” do Iraque, e a importância da tomada de ruas e praças de cidades no mundo todo pelo atual movimento de dissenso.

Há algum tempo a minha opinião sobre a política dos EUA com relação ao Irã tem sido que convém só aos interesses norte-americanos desestabilizar o Irã. É pouco provável que a sua tentativa de realizar bombardeios ou de impor duras sanções com a aprovação da Rússia e da China tenha êxito. Qualquer pressão para realizar um ataque militar ao Irã enfrentará a resistência dos generais norte-americanos e do Pentágono por una série de razões: uma é a sobre-extensão de suas forças armadas; em segundo lugar, o perigo de que, se atacar o Irã, os iranianos possam responder no Iraque, no Líbano ou no Afeganistão.
Nos deixamos levar pelo que os EUA fazem frente o Irã e tendemos esquecer que no Iraque e no Afeganistão o regime clerical iraniano respaldou essencialmente as guerras e a ocupação do Iraque pelos EUA. Apoiou a ocupação do Afeganistão pela OTAN, que é muito importante para os EUA.
Portanto, o fato de que se atire aos montes contra o Irã fará com que se corra o risco de desestabilizar a ocupação nesses dois países e é pouco provável que o faça. A pressão de fazer algo no Irã provém de uma fonte: Israel. E o motivo é o temor de que se rompa o monopólio nuclear israelense na região. Não há outra razão.
Os israelenses não podem atacar o Irã sem aprovação dos EUA, o que é impossível porque o caos resultante poderia derrubar o regime saudita. Se o Irã é atacado com meios militares pelos israelenses, haverá caos no Oriente Médio e em diferentes partes do mundo. Não será algo popular. E então a grande pergunta será: o que fará a oposição na Arábia Saudita? Não é uma oposição bem organizada, mas sabemos que existe. E é um problema sério para os EUA, porque se existe uma coisa inaceitável para eles no Oriente Médio é que aconteça algo com o regime saudita, o qual respalda solidamente.
Todo o palavreado sobre democracia, direitos humanos e liberdade, se esquece quando se trata da Arábia Saudita. É uma posição muito clara dos EUA. Portanto, seria muito contraproducente permitir uma incursão israelense contra o Irã. Mas às vezes os políticos fazem coisas irracionais e demenciais.
Esperemos para ver se tem lugar a retirada. As imensas bases militares que já construíram no Iraque e que atualmente constroem no Afeganistão não me indicam uma retirada rápida. Essa retirada é, sobretudo, um show como o que aconteceu quando os britânicos ocuparam o Iraque.
Os norte-americanos estão copiando, neste caso, o modelo britânico: imensas bases militares, como cidades norte-americanas, construídas em seis lugares diferentes no Iraque, nas quais vão manter 15.000, 20.000 ou 30.000. De modo que é muito prematuro falar em retirada. Esperemos para ver o que acontece.
CARICATURA Taric Ali: João de Deus Netto - JenipapoNews

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"Assassino econômico": como se destrói um país (vídeo legendado)

"Let's make money" é um depoimento perturbador, revoltante, de John Perkins, cidadão americano que se auto-intitula como ex-assassino econômico
Perkins explica como se destrói um país... em nome do dinheiro.

domingo, 30 de outubro de 2011

COMO SERIA UM BRASIL SEM LULA?


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por Luis Nassif

Agora que as notícias dão conta da boa perspectiva de restabelecimento do Lula, é curioso debruçar nas análises apressadas sobre uma era pós-Lula.
Aliás, chocante a maneira como algumas comentaristas celebraram a doença de Lula. Até nos ambientes mais selvagens – das guerras, por exemplo – há a ética do guerreiro, de embainhar as armas quando vê o inimigo caído, por doença, tragédia ou mesmo na derrota. Por aqui, não: é selvageria em estado puro.
A analista-torcedora supos que, com a doença de Lula, haveria uma mudança radical no quadro político. Sem voz, Lula seria como um Sansão sem cabelos. Sem Lula, não haveria Fernando Haddad. Sem contar os diagnósticos médico-políticos-morais, de que Lula foi castigado por sua vida desregrada. Zerado o jogo político, concluiu triunfante.
Num de seus discursos mais conhecidos, Lula bradava para a multidão: “Se cortarem um braço meu, vocês serão meu braço; se calarem a minha voz, vocês serão minha voz…”.
Qualquer tragédia com Lula o alçaria à condição de semideus, como foi com Vargas. O suicídio de Vargas pavimentou por dez anos as eleições de seus seguidores. É só imaginar o que seriam os comícios com a reprodução dos discursos de Lula. Haveria comoção geral.
A falta de Lula seria visível em outra ponta: é ele quem segura a peteca da radicalização. Quem seguraria suas hostes, em caso da sua falta? Seu grande feito político foi promover um pacto que envolveu os mais diversos setores do país, dos movimentos sociais e sindicais aos grandes grupos empresariais. E em nenhum momento ter cedido a esbirros autoritários, a represálias contra seus adversários – a não ser no campo do voto -, mesmo sofrendo ataques implacáveis.
Ouvindo os analistas radicais, lembrando-se da campanha passada, como seria o país caso Serra tivesse sido eleito? É um bom exercício. Não sobraria inteiro um adversário. Na fase Lula, há dois poderes se contrapondo: o do Estado e o da mídia e um presidente que nunca exorbitou de suas funções. No caso de Serra, haveria a junção desses dois poderes, em mãos absolutamente raivosas, vingativas.
Ao fechar todos os canais de participação, Serra sentaria em cima de uma panela de pressão. Sem canais de expressão, muitos dos adversários ganhariam as ruas. Sem a mediação de Lula, não haveria como não resultar em confrontos. Seria uma longa noite de São Bartolomeu.
Essa teria sido a grande tragédia nacional, que provavelmente comprometeria 27 anos de luta pela consolidação democrática.


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Comentarista da Rádio CBN/Globo, a Lúcia Hippólito costuma trabalhar movida a alguns drinks, como já foi visto por milhões de ouvintes e até não ouvintes, bombando no You Tube. Não se sabe se desta vez a doutora em jornalismo estava sóbria ao fazer deboches sobre a doença do Lula, e ainda profetizar o fim da carreira política do melhor e mais querido presidente da história brasileira. 
Vai sentir ressaca de aguardente Praianinha, dos goles do legítimo scotch que ela diz não ter tomado.(Netto/JenipapoNews)
Caricatura: João de Deus Netto / JenipapoNews

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