segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A "Nova Cara" da VEJA...

(clique na capa)

Por Luís Nassif

O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim (jornaleco) sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico.
Para entender o que se passou com a revista nesse período, é necessário juntar um conjunto de peças.
O primeiro conjunto são as mudanças estruturais que a mídia vem atravessando em todo mundo.
O segundo, a maneira como esses processos se refletiram na crise política brasileira e nas grandes disputas empresariais, a partir do advento dos banqueiros de negócio que sobem à cena política e econômica na última década..
A terceira, as características específicas da revista Veja, e as mudanças pelas quais passou nos últimos anos.
O estilo neocon
De um lado há fenômenos gerais que modificaram profundamente a imprensa mundial nos últimos anos. A linguagem ofensiva, chula, herança dos “neocons” americanos, foi adotada por parte da imprensa brasileira como se fosse a última moda.
Durante todos os anos 90, Veja havia desenvolvido um estilo jornalístico onde campeavam alusões a defeitos físicos, agressões e manipulação de declarações de fonte.
Um segundo fenômeno desse período foi a identificação de uma profunda antipatia da chamada classe média mídiatica em relação ao governo Lula, fruto dos escândalos do “mensalão” que nunca foi provado, do deslumbramento inicial dos petistas que ascenderam ao poder, agravado por um forte preconceito de classe. Esse sentimento combinava com a catarse proporcionada pelo estilo “neocon”. Outros colunistas utilizaram com “talento” – como Arnaldo Jabor -, nenhum com a fúria grosseira com que Veja enveredou pelos novos caminhos jornalísticos.
O jornalismo e os negócios
Outro fenômeno recorrente – esse ainda nos anos 90 -- foi o da terceirização das denúncias e o uso de notas como ferramenta para disputas empresariais e jurídicas. 
marketinização da notícia, a falta de estrutura e de talento para a reportagem tornaram muitos jornalistas meros receptadores de dossiês preparados por lobistas. 
Ao longo de toda a década, esse tipo de jogo criou uma promiscuidade perigosa entre jornalistas e lobistas. Havia um círculo férreo, que afetou em muitos as revistas semanais. E um personagem que passou a cumprir, nas redações, o papel sujo antes desempenhado pelos repórteres policiais: os chamados repórteres de dossiês.
Consistia no seguinte:
O lobista procurava o repórter com um dossiê que interessava para seus negócios.
O jornalista levava a matéria à direção, e, com a repercussão da denúncia ganhava status profissional.
Com esse status ele ganhava liberdade para novas denúncias. E aí passava a entrar no mundo de interesses do lobista.

Quer ver mais?! Veja

7 comentários:

Lélio - de Sobradinho. disse...

Nem sabia do que tratava a REPORCAGEM da VEJA... Vi a capa da revista na mesa de um senhor na padaria mas não liguei. Há muitos anos que não leio a LAMA DO TIETÊ dessa IMPRENSA GOLPISTA... E como ainda tem otário que paga pra se lambuzar com o LIXO DA VEJA.
O TELEFONE DO HOTEL NAHOUM – VAMOS LIGAR E EXIGIR EXPLICAÇÕES:
(61) 3332-4545 Não vamos deixar barato!!!!

Arlindo disse...

Finalmente, é o caos. A Veja conseguiu fazer o que quase nenhuma ditadura consegue: desmoralizar a profissão e a atividade jornalistica. O que mais revolta é que há tantas coisas boas a mostrar no país, tantas denuncias importantes, urgentes e necessárias a fazer e o jornalismo se perde em corredores de hotéis como se fosse um DOI-CODI decadente ou alguma profissional do entretenimento de nome Scheylla ou Schirlley.

Tim Lopes, Vladimir Herzog foi pela liberdade de imprensa que vocês morreram e não por essa… deixa pra lá…

Fernando Henrique disse...

Veja. Não compre. Se comprar, não abra. Se abrir, não leia. Se ler, não credite. Se acreditar…RELINCHE!!!!

Ariston Álvares Cardoso - Goiânia (GO) disse...

Magnífica idéia de publicar esta crítica, até aqui, nada igual que possa expressar a verdade sobre essa Revista Veja, imundice só. Parabens.

Danilo disse...

Tá bom que Zé Dirceu não seja uma flor de pessoa, mas a “revista” Veja não serve nem para forrar lata de lixo.

Josy disse...

Os tucanos armam golpes e se dão mal. Começaram fazendo oposição ao governo Dilma com denuncismo, veio a faxina, o povo aplaudiu e o tiro saiu pela culatra. Agora, a Veja arma o golpe tentando provar uma conspiração de Dirceu contra o governo Dilma, enquanto FHC e Aércio (autores do denuncismo) se juntam em entrevistas para declarar apoio a Dilma nas reformas e faxina. Esqueceram de convidar a Globo e o Zé Bolinha para o grande golpe… Êta tucanalha aloprada! A direitona está desorientada, o mundo conspira e a providência é divina.

Dodó Macedo disse...

Amigo, meu blog http://domacedo.blogspot.com/ completa hoje 3 anos. Vai lá e registra os parabéns! (risos).
Grande abraço.

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